Adoro os livros de Paulo Coelho e vou contar pra vocês um pouco do livro 'Adultério'.
Depois de se basear numa história real de prostituição para escrever “Onze minutos” (2003), Paulo Coelho voltou a se debruçar sobre depoimentos para compor “Adultério” O seu 14º livro.
A idéia do livro surgiu depois que Paulo Coelho lembrou que leu o “Relatório Kinsey” (livro sobre a sexualidade humana, de 1948), quando criança, fez uma pesquisa e concluiu que não existe aberração sexual. Recentemente, refletindo sobre a depressão, que é um dos maiores problemas hoje em dia, resolveu perguntar nas redes sociais o que as pessoas achavam sobre isso.
De mais de mil respostas, 90% delas, disseram que a depressão estava ligada à infidelidade ou a uma decepção amorosa, então ele viu que, de fato, essa era uma questão mal resolvida para as pessoas. Aí percebeu que aquilo merecia mais do que um post de blog.
Usou coisas centrais do tema do adultério, mas não é uma história de uma pessoa só [embora tenha focado muito numa pessoa desses fóruns].
Não há nada de autobiográfico na história.
Primeiro que, ele, Paulo, nunca teve depressão; e segundo que, esse tema nunca foi um problema em seu casamento, pois tem um casamento marcado pela confiança mútua e pela liberdade.
A história mostra um caso de casamento aberto entre o personagem Jacob e sua mulher.
E tudo o que acontece com pessoas que aceitam este tipo de casamento, os sentimentos, as adversidades, as aventuras. Até que chega a hora do vazio e decidem procurar uma ajuda externa. Depois de buscar a terapia tradicional, a personagem procura um xamã para resolver seu problema. Ela busca apoio porque precisa entender que o casamento não é algo que parou no tempo. Ela está casada há dez anos e não pode entender que o marido seja o mesmo.
A dificuldade reside em aceitar mudanças [às vezes parece que quando você casa, vira um vampiro, não muda mais], mas a vida continua [a gente fica querendo represar emoções, tem medo de mudar. Não digo mudar de parceiro — pelo contrário, mas de aceitar novos horizontes]. Às vezes um dos dois sempre reclama um pouquinho, é verdade, mas quem tem coragem enfrenta.
E o amor é sempre algo libertador.
O Livro é muito interessante, mas na minha opinião, quanto mais eu vivo, mais tenho dificuldade de aceitar o casamento aberto.
Talvez quando eu fosse mais jovem... Mas acho que compromisso é algo muito importante.
Ninguém te obriga a estar casado, nem a continuar casado.
Mas você fica casado por um compromisso que fez. Se você não faz escolhas na vida, isso não vale nada.
Por Heloisa Bento
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